quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O morto que voltou para casa andando.

Um história digna de figurar entre as mais destacadas do seriado "Acredite se quiser!" -e figurou-, dessas histórias inexplicáveis, como se existisse alguém mexendo os pauzinhos. Se nos filmes de Tarzan, os de Johnny Weissmüller, os elefantes moribundos abandonavam a manada para se dirigir ao cemitério de elefantes, o caixão de Charles Francis Coghlan soube percorrer o caminho, mais de 5.000 km por mar, para regressar para sua casa e ser enterrado.
 

O ator canadense Charles Francis Coghlan, nascido na Ilha do Príncipe Eduardo, fez verdadeiro sucesso representando papéis de obras de Shakespeare, o que resultou em um convite para fazer uma turnê pelos EUA. Na cidade de Galveston (Texas), fixou indisposto e naquela noite foi substituído pelo ator suplente.

Poucos dias depois, em 27 de novembro de 1899, faleceu por uma insuficiência cardíaca. Sua mulher, que o acompanhava na turnê, não conseguiu cumprir com seu último desejo, aquela cidade não tinha um crematório. Ademais, sua filha ficou gravemente doente e teve que retornar ao Canadá. Sendo assim ordenou que seu marido fosse enterrado em Galveston até poder repatriá-lo a seu lar.

Meses mais tarde, um terrível furacão arrasou Galveston matando 6 mil pessoas e inundando o povoado e o cemitério local. Quando por fim a água baixou e puderam chegar ao cemitério, descobriram que alguns caixões foram arrancados de seus túmulos e o de Coghlan estava entre os desaparecidos. Buscaram-nos durante vários dias mas nem sinal. O caixão foi arrastado para o mar até o golfo de México.

Nos anos seguintes apareceram muitas versões sobre onde o ataúde tinha ido parar, mas a mais espetacular foi a de Robert LeRoy Ripley, em 1929, em sua coluna do Evening Post, Believe it or not! (Acredite se quiser!), na qual contava fatos estranhos e que, devido a seu sucesso, teve sua continuidade no rádio, TV e a publicação de vários livros e quadrinhos.

Segundo Ripley, oito anos depois, em um dia qualquer de outubro de 1908, pescadores da Ilha do Príncipe Eduardo localizaram um caixão alongado e surrado pela intempérie flutuando próximo a costa. Coghlan havia voltado para casa.

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