quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Procuro...




Procuro um sentido para minha vida,
um rumo para meu coração,
um motivo para minha existência,
um alicerce para minha alma,
um brilho para meu sorriso,
uma certeza para ser feliz,
uma esperança para ter amor.
Procuro, procuro e não encontro.
No horizonte só vejo projetos intermináveis e indeterminados.
O que me parece real é frustrado pela incapacidade de superação dos medos alheios.
Disto, o que poderia ser um pedaço da conquista, é uma platônica ilusão.
Onde está o que procuro? E o que é o que procuro?
Procuro aquilo que não foi deixado para amanhã pois pôde ser feito hoje. Procuro a coragem, não minha mas daquilo que procuro.

A questão é ...



A questão é que não sou do tipo que ama todo mundo, 
mesmo assim, dou meu melhor. 
Procuro ser justo com meu coração, 
perdoo, dou outra chance, 
chance de permanecer em minha vida, e, 
não espere que tudo volte como era, 
a confiança é uma bola de cristal fininho, 
trincou, quebrou, jamais voltará a ter a mesma beleza.

O amor das minhas vidas


Há tanto tempo que eu te busco nesse mundo Como se fosse pra você ser meu, Você é o meu sonho mais profundo Meu coração bate junto ao seu. Eu venho te buscando, te querendo E um dia desses você pôde me ouvir Minha alma feliz por estar te vendo Desatou, e já não para de sorrir. Viemos de reinos distantes Já nos conhecemos antes de nascer, Em outras vidas nós fomos amantes E nos encontramos porque tinha de ser Eu e você já nos amamos de outras vidas E mesmo não lembrando Acredito que houveram outras existências esquecidas E que nelas você sempre acabou me encontrando.

Na própria pele



Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo convivendo com tantas perguntas que o tempo não respondeu e com a ausência de qualquer garantia de que ele ainda responda. É me sentir confortável, mesmo entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já mudaram, e que também mudarei, como eu tanto já mudei.


Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo sentindo que cada vez mais eu sei cada vez menos, e não saber, ao contrário do que já acreditei, pode nos fazer vislumbrar uma liberdade incrível, às vezes. Tem saber que é nítida sabedoria, que fortalece, que faz clarear, mas tem saber que é apenas controle disfarçado, artifício do medo, armadilha da dona autossabotagem.

Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo percebendo que a minha vida não tem lá tanta semelhança com o enredo que eu imaginei para ela na maior parte da jornada e que nem por isso é menos preciosa. É me sentir confortável, cabendo sem esforço e com a fluidez que eu souber, na única história que me é disponível, que é feita de capítulos inéditos, e que não está concluída: esta que me foi ofertada e que, da forma que sei e não sei, eu vivo.


Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir. É me sentir confortável, mesmo sentindo uma saudade imensa de uma pátria, aparentemente utópica, onde os seus cidadãos tenham ternura, respeito e bondade, suficientes, para ajudar uns aos outros na tecelagem da paz e no desenho do caminho.


Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. Estarmos na nossa própria pele não é fácil e essa percepção é capaz de nos humanizar o bastante para nos aproximarmos com o coração do entendimento do quanto também não seria fácil estarmos na pele de nenhum outro. Por maiores que sejam as diferenças, as singularidades de enredo, as particularidades de cenário, não nos enganemos: toda gente é bem parecida com toda gente. Toda gente é promessa de florescimento, anseia por amor, costuma ter um medo absurdo e se atrapalhar à beça nessa vida sem ensaio.

Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável o suficiente para cada vez mais encarar os desconfortos todos fugindo cada vez menos, sabendo que algumas coisas simplesmente são como são, e que eu não tenho nenhuma espécie de controle com relação ao que acontecerá comigo no tempo do parágrafo seguinte, da frase seguinte, da palavra seguinte. É me sentir confortável o suficiente para caminhar pela vida com um olhar que não envelhece, por mais que eu envelheça, e um coração corajoso, carregado de brotos de amor.

Xô, preconceito! Um desabafo de quem sente isso na pele




TEXTO 1


No ano passado eu passeava num shopping de Curitiba com a minha mãe, quando gostei de uma blusa.
Entrei na loja.Vi o preço. Era caríssima. Mesmo assim quis experimentar.
Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo.
Olhavam e faziam que não me via.Fiquei nervosa e fui embora. Disse a minha mãe o que tinha acontecido. Decidi então voltar. Entrei e contei ate dez. Todos continuavam a me ignorar. Ai explodi. "Será que tenho de abrir minha bolsa e mostrar o cartão de credito?" Virei as costas e sai. A gerente então correu atrás de mim. Tentou me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negra não posso ter dinheiro? O preconceito existe, sim...

Cinthya Rachel, 18 anos, a Biba do castelo Rá-Tim-Bum


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Texto 2


Em março deste ano eu estava nas Lojas Americanas procurando um presente paras minha mãe, e carregava um caderno que ela havia comprado lá mesmo noutro dia. Ai chegou uma segurança e foi logo me acusando de roubo. Revistou minha bolsa e como não tinha a nota fiscal comigo, fui levada ao Juizado de Menores. Só quando minha mãe apareceu com o comprovante é que fui liberada.
Eu fiquei muito nervosa, nuca tinha sido acusada de roubo, e nem xingada por ser negra. Foi a minha mãe que fez me ver que isso era racismo. Ainda bem que não todo mundo assim racista. Eu tenho orgulho de ser negra estou feliz com a cor que Deus me deu.

Isabela Santos 14 anos, Salvador.



Isabela e sua mãe moveram uma ação contra a empresa por racismo. A juíza Maria Santiago condenou as Lojas Americanas a pagarem a Isabela 1 Milão de reais de indenização por danos morais.

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Texto 3


Desde os 12 anos, coloquei na minha cabeça que eu poderia me dar bem no futebol. Era um sonho, eu sabia. Então por segurança, estudava para ser torneiro mecânico. Enquanto eu vendia pasteis em feiras livres, meus dois irmãos capinavam o jardim dos vizinhos. Mamãe oferecia tapetes nas ruas e papai era gari da prefeitura. A vida era difícil refrigerante e frango, só aos domingos. Na escola, como eu não tinha dinheiro para comprar doces na hora da merenda meus amigos diziam: “Também seu pai é preto e lixeiro”. Até hoje me lembro de um garoto branco, o Marcos. Ele era muito rico para os nossos padrões, mas era o único que não se incomodava com a minha cor. Era o meu melhor amigo. Tocávamos as roupas e ele deixava eu usar a dele muito mais caras e bonitas do que as minhas. Eu nunca ia ás festas boas do meu bairro.Tinha medo da discriminação. Sei que os grã-finos me olhavam de maneira diferente, então procurava o povão em bailes funk. Tudo isso era triste para mim, mas a pior decepção foi quando me apaixonei pela a filha de um marinheiro. Ele na o admitia vê-la ao lado de um negro de cabelo black power. E esse racista arruinou tudo


Marcelo Pereira Surcin, o Marcelinho Carioca jogador de futebol



Xô, preconceito! Um desabafo de quem sente isso na pele 




O bom desse fervor todo em relação ao (in)Feliciano, a PEC das Domésticas e a cantora Daniela Mercury ter assumido o seu relacionamento com outra mulher (coisa que foi amplamente noticiada no carnaval, mas que as pessoas acharam que era boato na época) é que a gente consegue pescar, nos detalhes, o preconceito enraizado, os discursos homofóbicos e que o racismo ainda existe de uma maneira cruel e velada. 

Vez ou outra, me assusto de ver colegas jornalistas, blogueiros, comunicadores, formadores de opinião, gente estudada, com posts tão preconceituosos...isso é tão triste! Colegas que  acham que tirar sarro de negros, gays, nordestinos, mulheres, evangélicos, deficientes, etc., é a coisa mais engraçada do mundo. Dei block em um monte de gente, outras parei de assinar o conteúdo. Infelizmente, tem pessoas que surfam na onda, que não refletem sobre o que curte ou compartilha nas redes sociais. Chega uma hora que cansa, que parece que a gente está lutando contra o vento. Não se trata de ser politicamente correto. É questão de bom senso. Respeito é bom e todo mundo gosta.

Ontem, por exemplo, aconteceu algo comigo que me incomodou. Pensei em não escrever sobre o assunto, mas acho que vale a pena sim compartilhar para as pessoas verem o quanto o preconceito ainda é latente em BH, no Brasil, no mundo. Ao ir do meu bairro para o centro, dentro do ônibus, uma adolescente entrou com a mãe. Havia só dois lugares, um na frente do meu banco e a outra vaga no meu lado. A garota que deveria ter uns 13 anos disse em alto e bom tom: "mãe, não vou sentar perto desse cara negro". 

Eu virei e disse: "quem disse que eu quero que você se sente no meu lado? Você cala a sua boca que racismo é crime". A mãe tentou colocar panos quentes, mas eu me exaltei e disse poucas e boas. A menina ficou de pé até o centro com a cara emburrada, como seu eu fosse o errado da história. Nem que se ela quisesse, eu ia deixar que ela se sentasse do meu lado depois disso tudo. Fiquei nervoso. Mas o que mais me deixou com raiva foi o fato é que essa menina, assim como outros jovens, receberam essa educação racista, preconceituosa. Como mudar isso? São séculos de enfrentamento contra esse tipo de preconceito, de crime, de ofensa gratuita, e ver que esse tipo de atitude ainda existe me dá nojo! 
 
Em meu facebook essa semana fiz uma crítica a forma de pensamento do nosso ilustre dep. Feliciano o presidente da Comissão de Direitos Humanos e até postei um vídeo de alguns passageiros fizeram uma paródia com a música robocop gay dos Mamonas em alusão a esse senhor, e fui criticado ao extremo, por não respeitar a opinião do pastor e servo do senhor, cara quer dizer que a opinião dele é mais correta que a minha? 
 
Sou uma pessoa super calma, do bem, mas detesto injustiça. Não tenho sangue de barata. Enquanto houver gente achando que ser de outra cor é ser inferior, que meninos gostarem de meninos e meninas gostarem de meninas é errado, que quem não segue determinada orientação religiosa é amaldiçoado, a gente vai continuar passando por esse tipo de intolerância, de preconceito. Chega! Gente, o mundo é diverso, plural. Tudo bem ser diferente!  Vamos amar e ser feliz que isso é o mais importante. Ainda bem que somos iguais nas nossas diferenças. Como diria a Regina Casé: Xô, preconceito!